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sábado, 17 de março de 2018

Sobre as manifestações: Nosso nome é tumulto e escreve-se na pedra


"Criticamos tanto o Capital e o Neoliberalismo, mas esquecemos que ele tem nome, identidade e cara feia..." 




Sim. São muitas as razões para irmos às ruas nos manifestarmos: mataram a vereadora Marielle Franco e um montão de mulheres negras e anônimas que a mídia não se dignou a relatar; retiraram o leite das crianças (isso se faz mesmo?) e deram porrada e bala de borracha pras professoras; o transporte público é caríssimo e desconfortável – pra dizer o mínimo -, e as filas para atendimento à saúde só aumentam. 

O problema é que não estamos enxergando X da questão: enquanto morremos e somos espoliadas, o grande Capital segue tranquilo, tranquilo… 

Enquanto morremos e somos espoliadas, uma absurda dívida externa vai comendo nossas possibilidades de sobrevivência. 

Enquanto morremos e somos espoliadas, os bancos e as grandes empresas prosseguem lucrando, apesar da crescente miséria geral, perpetuando o racismo nosso de cada dia. 

É como diria o velho Drummond: “As leis não bastam, os lírios não nascem da lei”. 

Infelizmente, nem leis, nem manifestações bastam. Estas últimas, principalmente, se incomodarem apenas os espaços de decisão “política”, ignorando que suas bases estão calcadas nos interesses econômicos das grandes empresas. 

Prefeitinho cinza, a empresa que te vendia o leite deu mancada? Será que ela se esqueceu de financiar sua campanha? 

E qual que é em relação à aposentadoria das professoras? Tínhamos que nos casar com maridos ricos, como sugere o seu comparsa Maluf? Ou tem alguma empresinha de previdência privada querendo crescer às custas da nossa exploração? 

Ei, explorados e favelad@s de todos os cantos, não basta irmos pras ruas, pois, como temos visto, a despeito de tantas pessoas nas ruas, fazendo manifestações, as leis só pioram. 

Mas não estamos aqui fazendo uma contrapropaganda, porém dando a dica de que sair às ruas sem afetar fortemente os donos do dinheiro não causa muito efeito: a grande mídia dá mais destaque a trabalhador@s, mal informados, que fazem discurso contra a falta de mobilidade do trânsito, do que à causa da manifestação. 

Ao irmos às ruas temos que saber fazer o quebra-quebra e boicotar, não a Av. Paulista, mas sim a BMF e Bovespa. Temos que impedir a entrada de operadores financeiros, pois as suas operações (o câncer que a burguesia impõe) são atreladas às “Bolsas de Valores” de todo o mundo, e as “Bolsas” de fora não vão deixar de iniciar suas atividades lucrativas por causa da do Brasil. Sem operações financeiras, não tem lucro. Sem lucro, o capital pira. Aí sim, estaremos incomodando de verdade e os políticos – tentáculos da elite – serão forçados a rever suas decisões. O mesmo serve para os bancos que têm, geralmente na Paulista e Faria Lima, uma espécie de seção da BMF e Bovespa. 

Já que é pra tomar bala de borracha que seja tentando fechar a BMF. 

Para irmos às ruas, temos que saber que, caso nossos desejos não sejam respeitados, devemos iniciar esse tipo de boicote a várias instituições, desde as de esporte até as religiosas. Pressionaremos os donos do dinheiro. Estes, como sabemos, têm grande desconforto com apenas algumas horas sem lucro ou dízimo. 

Vai que vira moda e as professoras resolvem se instalar em frente à Ford e tentar proibir meio dia de produção? 

Sendo assim, não podemos atacar apenas as instituições políticas, pois elas nada mais são que um dos braços das instituições comerciais, incluindo as igrejas. Temos que direcionar o ataque ao grande capital financeiro, industrial ou agroindustrial. Precisamos entender quais são, por exemplo, as contribuições do banco Itaú na construção de uma sociedade colonialista que empobrece o povo, incluindo professoras. 

Daí, num momento de greve, não simplesmente atacaremos a Secretaria de Educação ou a Câmara de Vereadores, convencidos de que estamos fazendo política, mas também compreenderemos que a verdadeira política não é feita nas chamadas “casas do povo”, mas no conselho gestor das grandes empresas. 

Sabendo disso e agindo conforme, então impediremos que nos matem, nos maltratem e nos roubem. 











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